domingo, 4 de dezembro de 2016

Um pensamento sobre o mistério da vida

Aqui está um texto que escrevi, mas parece que me foi dado. Tive que parar o que estava fazendo, colocá-lo no papel, pois não havia sossego. Havia uma inquietação, de um portal do tempo que se abrira para mim, horas depois do primeiro parto que participei como Doula. Alguns mistérios transpessoais que vivenciei após poder sentir a força do nascimento de uma vida humana.
Hoje em especial re-compartilho este texto, pois termino a semana depois de quatro semanas cheias de desafios e muitas vitórias. Colocar fé na vida, fé no Universo que tem sabedoria, topar aceitar tudo que atravessa meu caminho como mestres que tem algo para ensinar: pessoas, teorias, família, trabalho, livros, filmes e músicas. Todos eles. Qualquer um. Gratidão a vocês. Aqui, vou seguindo. Cada vez mais aflorando e despertando meu feminino, minha intuição, meu amor.
Aproveitem o texto. Grande abraço!

Um pensamento sobre o mistério da vida

Sempre sabia que havia mais segredos no mundo, do que eu os pudesse desvendar.
Lembro-me de algumas imagens que gravei em minha memória no momento exato em que as revivo nos dias de hoje.
Vem como uma fotografia ligada a um sentimento de “isso parece importante, talvez mais tarde...”
Aconteceu algumas vezes...
Hoje em especial trato de uma memória sobre um reportagem que li em algum jornal, na minha adolescência: uma Psicóloga que acompanhava os bombeiros em emergências com gestantes em trabalho de parto. Pensei: “seria um trabalho incrível que eu poderia fazer!”
O tempo passou. Fiz minha faculdade de Psicologia e muitos caminhos se apresentaram pra mim: trabalhos em grupo, trabalhos em psicologia social, psicologia clínica...
Também muitos percalços na vida.
E eu engravidei. Minha filha veio ao mundo em um parto cesariana, por minha escolha e então vieram as consequências. Consequências  estas que fui lidando, observando e, com a paixão que uma psicóloga tem em entender o porquê, fui pesquisando e agindo para melhorar tudo o que fosse possível na relação com minha filha.
Hoje eu entendo que tive o tipo de parto que precisava ter. Pois por ele aprendi e cresci.
Em minha busca por este entendimento, descobri o trabalho da Doula, que é “aquela que serve”. No contexto atual, aquela que serve outra mulher que está em trabalho de parto, dando suporte físico e emocional para que aconteça o parto natural, para tratar as mulheres com respeito e recepcionar as crianças com mais amor.
Comecei a descobrir mais dos mistérios da vida.
Senti lá no fundo, poder  fazer um mundo melhor. Afinal eu mesma havia nascido de parto normal, então de algum jeito, eu já conhecia este mistério.
Em poucos anos após o parto da minha filha, fiz o curso onde treinavam novas Doulas para atuar neste cenário que estava surgindo: o do parto humanizado.
Algumas crises, inseguranças atrasaram meu caminhar por um ano até que pude vivenciar conscientemente o mistério da vida chamado parto, pela primeira vez.
Um dia depois da minha primeira experiência como Doula, me recordo da reportagem que li certa vez...
Eu não consigo explicar ou decifrar este mistério que vivenciei, mas consigo reconhecê-lo. Reconhecer e dar-lhe a importância de tanto falavam.
E eu encontrei um lugar neste mistério, que não preciso explicar, mas posso sentir.


Jhoziellen e seu filho Elias - 24/06/2016
 (imagem autorizada)

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