domingo, 4 de dezembro de 2016

A Doula e o acompanhante: trabalhando juntos para auxiliar a parturiente

     Olá! Sejam bem-vindxs ao meu blog! Disponibilizo aqui para vocês, um texto  adaptado que tive acesso em minha formação de Doula. Acredito que ele pode esclarecer muitas dúvidas sobre o trabalho da Doula, principalmente para aqueles que estão pensando em chamar uma pela primeira vez.  Boa leitura!
     A pergunta mais comum referente aos cuidados da Doula para gestantes ou casais grávidos: e quanto ao acompanhante? (marido/pai do bebê/avó)
     Existem muitas considerações válidas geralmente levantadas por gestantes que estejam considerando os cuidados da Doula para o trabalho de parto e nascimento. Por exemplo: “Porque se importar com a Doula?”,  ou  “a Doula pode interferir com a minha intimidade, já que ela é praticamente uma estranha para mim”, ou ainda “a Doula pode querer me  induzir a ter o parto que ela quer, não o que eu ou eu e meu marido queremos”.
      Algumas gestantes ou casais se preocupam que o acompanhante seja deixado de fora, que a Doula irá assumir tudo e que ela delegará ao companheiro um papel menor. Por outro lado, algumas mulheres se preocupam que o acompanhante não poderá ser de auxilio na hora, mas hesitam em sugerir uma Doula por receio de magoar o acompanhante. E alguns acompanhantes querem ajuda, mas se sentem inseguros quanto a habilidade deles em dar conta das necessidades da mulher.
       Abaixo estão listados alguns dos mitos ou preocupações quanto as Doulas, além de falar das realidades. Isto pode esclarecer como a Doula trabalha com a mulher e seu acompanhante.
Mito 1:
 
Se a mulher tem um acompanhante, a Doula se torna desnecessária.
Realidade: A Doula pode ser a única pessoa presente durante o trabalho de parto além do acompanhante (marido/avó) que está ali exclusivamente para o bem-estar emocional da mulher. A enfermeira, o médico, a parteira têm suas prioridades que competem com o cuidado emocional da mulher; por exemplo, descanso, mudanças de plantão, responsabilidades clínicas, consultório e rotinas hospitalares.
A Doula tem pouca ou nenhuma destas prioridades. Ela permanece durante as mudanças de turno, até que o bebê tenha nascido. Ela não é apenas mais uma estranha ao casal, ou à família da parturiente. Ela tem na necessidade da mulher a sua maior prioridade.
Enquanto a Doula sabe mais sobre como proporcionar conforto à mulher e apoiá-la no processo de parto do que o acompanhante,  este acompanhante sabe mais sobre a personalidade da mulher, seus desejos e gostos. Mais do que isso, o acompanhante ama a parturiente  mais do que qualquer um ali presente.  
Mito 2:
 
A Doula assume o papel, deslocando o acompanhante e interferindo na intimidade.
Realidade: A Doula pode inclusive aproximar a família. A Doula permite ao acompanhante participar ao seu próprio nível e conforto. Alguns acompanhantes preferem participar apenas como espectadores. Eles podem não querer participar ativamente e não querem ser responsáveis pela segurança física e emocional da mulher. A Doula pode preencher esta lacuna e permitir que o parceiro participe ao seu próprio ritmo.
Quando o acompanhante escolhe ser a principal fonte de apoio emocional, a Doula pode complementar seu trabalho como assistente, fazendo sugestões para medidas de conforto, oferecendo palavras de confiança e conforto. Durante um longo e cansativo trabalho de parto, ela pode dar uma folga ao acompanhante para descansar um pouco ou mudança de cenário.
Para o acompanhante que é tímido, inseguro ou mesmo desconfortável com seu papel, a Doula pode sugerir medidas simples como monitorar o tempo das contrações, segurar a mulher numa determinada posição, massageá-la. Nesta condição, a Doula pode estar guiando, mas o acompanhante estará participando mesmo assim.
Mito 3:
 
A Doula tem suas próprias crenças de como o parto deve acontecer, e impõe suas crenças à mulher.
Realidade: Um dos compromissos da Doula é assegurar que as programações do Plano de Parto da mulher ou do casal, sejam respeitadas e seguidas o mais que possível. Se a Doula estiver bem familiarizada com os desejos da gestante e do acompanhante, e com o Plano de Parto, ela pode lembrar à equipe ou ao casal de alguns itens deste plano que foram esquecidos, mas que posteriormente serão importantes.
A Doula auxilia na comunicação fazendo perguntas que asseguram que a informação correta seja dada à mulher e seu acompanhante para que eles tomem decisões informadas. Entretanto, ela não toma decisões pelo casal. 
                       A combinação da participação do acompanhante e as contribuições da Doula, junto com a competência e consideração da equipe de assistência médica, fornecem a mulher e ao bebê a melhor chance de excelentes resultados no trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Em resumo, a Doula auxilia para que a experiência de parto seja recompensadora e o mais satisfatória possível, para a mulher, o bebê e seu acompanhante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário